Crônicas

Observando

30/10/23 - 16:53

Por Élida Gontijo

Tenho andado em posição de analisadora, quieta, observando as coisas que vão acontecendo. Não estou me ausentando de ter iniciativa, de lutar, tenho procurado assim como a formiga, levar pequenas doses de amor às pessoas que leem meus textos.
    No meu ponto de observação assusto demais com os denominados humanos. Tenho medo das suas atitudes e o pior que estão passando para as crianças. Pensei que a pandemia tornaria a humanidade mais fraterna, mais empática, mas infelizmente não aconteceu com muita gente, pelo contrário.
    Observando, observando, vou pensando o que posso fazer através das palavras, tão minhas amigas, minhas terapeutas, minhas paixões. Será que uma mensagem pela manhã com esperança, estimulando a gratidão ajudaria? Ou um bom dia para as pessoas que encontro enquanto caminho para o trabalho e seguem tão sisudas, traria um pouco de felicidade? Ou mesmo contar histórias aos meus alunos,  falando de amor, respeito, fariam também ser propagadores de boas histórias? 
    Sou pura sensibilidade e persistente, vou devagarinho jogando grãozinhos de esperança em corações tão feridos pelas crueldades do mundo. Nada me deixa mais feliz quando alguém me diz que meus textos ou minhas mensagens ajudaram em um momento difícil, sinto que vale a pena espalhar amor.
    Sugiro que observem também, estamos vivendo uma corrida maluca, sem olhar nos olhos uns dos outros, sem saber quem está bem ou sofrendo, sem tempo para visitar ou receber visitas.
    No banco da observação têm muitos lugares, podem assentar ao meu lado, só peço silêncio, observar, requer bastante calma e tranquilidade, não podemos deixar passar nada sem nossa observação, é um exercício de resiliência.
    Vou seguindo devagarinho, com o olhar bem atento, acreditando que há muita coisa a ser vista e admirada ou mesmo transformada por um olhar observador.
Élida Gontijo- outubro de 2023.
 

Élida Gontijo

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