Entrelinhas

Nessa longa estrada da vida

29/04/24 - 16:04

Por Juninho Sinonô

Cinco vezes recebi dos judeus trinta e nove açoites. Três vezes fui golpeado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio, passei uma noite e um dia exposto à fúria do mar. Estive continuamente viajando de uma parte a outra, enfrentei perigos nos rios, perigos de assaltantes, perigos dos meus compatriotas, perigos dos gentios; perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar e perigos dos falsos irmãos. Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez. Além disso, enfrento diariamente uma pressão interior, a saber, a minha preocupação com todas as igrejas. Quem está fraco, que eu não me sinta fraco? Quem não se escandaliza, que eu não me queime por dentro? Se devo orgulhar-me, que seja nas coisas que mostram a minha fraqueza.” (2 Coríntios 11:24-30)

 

É quando nos deparamos com as fraquezas que ganhamos a oportunidade de tornarmos melhores e fortalecidos, duas características fundamentais para a evolução do ser, contudo distintas.

Tornamos melhores ao reforçamos as virtudes para com os outros, com o intuito de contribuir aos demais, refinando a empatia, generosidade, paciência, o servir, a tolerância e o perdão.

Tornamos fortes por reforçamos as virtudes para conosco, cuidando do amor próprio, mediante o estimulo daquilo que nos liberta e traz paz. A força aqui é figurada, no sentido de proteger o que faz bem, não tolerando o contrário.

Apesar de fácil de falar, tais momentos de transformação podem ser tortuosos.

Isso porque costumam ser inesperados.

Acostumamos a fazer planos e objetivos, conforme as próprias vontades, traçando uma linha imaginaria reta, como que se fosse possível tudo acontecer de acordo com o desejado.

Mas felizmente, não ocorre dessa maneira. 

A nossa trajetória é repleta de curvas, que nos força a ir, voltar, avançar e recuar, sendo manobras imprescindíveis para contornar os percalços. 

No meio dela, aparecerão impedimentos, obstáculos e dificuldades, que nos obriga a mudar por completo o percurso pré-estabelecido.

São nesses desvios indesejados que encontramos o aprendizado. Neles teremos duas opções: parar ou seguir.

Parar nos priva de conhecer o que realmente nos foi predestinado. Nos premia com a tortuosa dúvida do “se” ou com o eterno incomodo da insatisfação.

Seguir, nos adentra em caminhos novos e imprevisíveis. Para continuar a seguir, é preciso recuar, adaptar, refletir e ponderar.

Porém, não há como buscamos pelo melhor no esperado. Nele estamos programados e confortáveis, condicionados ao que queremos e não ao que precisamos. O inesperado faz recuar e descobrir virtudes e recursos dos quais desconhecidos ou desvalorizados.

Se há algo ruim acontecendo, entenda que se trata apenas de um buraco na sua estrada. Frei o ímpeto, coloque a marcha certa, entre na curva secundaria e o contorne.

Meus irmãos, a vida de vocês está cheia de dificuldades e de provações? Então, considerem isto motivo de grande alegria, porque, quando a sua fé é provada, a perseverança de vocês tem uma oportunidade de crescer. Portanto, deixem a perseverança crescer, agindo plenamente em vocês. Porque, quando a perseverança de vocês estiver afinal plenamente crescida, vocês estarão preparados para qualquer coisa, e serão fortes de caráter, íntegros, sem que lhes falte coisa algum” Tiago 1:2-4

Deus não nos quer parado e muito menos que recuemos. Procure, porque existe a segunda via. Sempre existirá

Os grandes feitos acontecem em movimento. Se o plano inicial deu errado, não era o ideal e provavelmente era o início de algo melhor e não o fim.  

Vários fracassos são conversões para rotas melhores e certeiras. 

Agradeça, pois, por mais que prolongue o tempo da chegada, foi apenas outro empecilho que depois de ultrapassado, valorizou a sua viagem.

Fique tranquilo.Quando você chegar, tudo fará sentido, desde que nada tire a sua vontade de continuar a seguir.

Juninho Sinonô

Veja Mais