De volta ao jogo, Marcio Reinaldo diz que lutará por cada voto na eleição 2022

Ex-deputado fala sobre suas pretensões e também sobre sua passagem pela Prefeitura de Sete Lagoas

28/01/22 - 09:05

O ex-deputado e pré-candidato a federal Marcio Reinaldo afirma que não espera facilidades na eleição e diz que vai lutar por cada voto
O ex-deputado e pré-candidato a federal Marcio Reinaldo afirma que não espera facilidades na eleição e diz que vai lutar por cada voto

Celso Martinelli e Roberta Lanza

O ex-prefeito e deputado Marcio Reinaldo, 79 anos, está de volta. Filiado ao PP, ele é pré-candidato a deputado federal e afirma que vai lutar por cada voto. Sua presença em Sete Lagoas e região será mais constante. “Estou instalado em Belo Horizonte e vou transferir algumas coisas para a cidade. A saúde agora está em dia, foram quatro anos muito duros, mas agora estou bem”, contou um bem-humorado Marcio. Na entrevista, ele fala de sua passagem pela Prefeitura de Sete Lagoas, sua relação com o prefeito Duílio de Castro e, claro, de política.

Você é pré-candidato a deputado federal?
Sou pré-candidato a federal. Sou filiado ao Partido Progressista (PP) e, pelo que tudo indica, devo sair candidato pelo partido o qual fui um dos fundadores. Mas antes de decidir me candidatar, já havia recebido o convite de outros partidos, como o Republicanos, Podemos e Solidariedade, dentre outros. Procurei a direção do PP, em Brasília, e estive com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lyra, que hoje manda no PP, bem como com o ministro Ciro Nogueira, presidente nacional do PP. Conversamos ainda com outros amigos senadores e deputados que decidiram por uma reunião com Marcelo Aro, presidente estadual do diretório. Ele se mostrou muito favorável pela nossa candidatura e considerou que meu nome pode servir de apoio para esta nova fase do partido.  Vim também a Sete Lagoas e conversei com algumas lideranças. Inclusive, para minha surpresa, o apoio foi além do que eu imaginava. Creio que tudo caminha para que coloquemos o bloco na rua assim que seja legalmente possível. Vamos fazer uma caminhada em todos municípios onde podemos ser alvo de votação.

Nas eleições que disputou para deputado, o Norte de Minas é uma região onde costuma ter muitos votos. Qual a sua expectativa para este ano?
O Norte de Minas representa 40% da minha votação. Eu acredito que serei bem votado, não só lá como também em Sete Lagoas. Acredito que posso chegar à metade dos votos que tive em alguns períodos eleitorais ou um pouco menos. Já cheguei a ter 60 mil votos somente aqui na cidade. Pode ser que, fazendo um trabalho de convencimento, voltemos aos 60 mil votos. Sete Lagoas está desemparada, não tem um deputado em que possa se apoiar. E não são só as autoridades que dirigem o município, mas a população como um todo. Quando era deputado atendia a Prefeitura, a Câmara Municipal, associações de bairro e entidades filantrópicas, dentre várias outras. Nossa relação sempre foi muito boa com os diferentes atores da comunidade. E os resultados são muito bons. Um ótimo exemplo de parceria é o que sempre fizemos para o Hospital Nossa Senhora das Graças. Deputado tem que vestir a camisa da cidade. Sete Lagoas não tem mais tempo para principiantes, mas de um deputado com experiência. 

Que avaliação faz de seu mandato como prefeito Sete Lagoas?
Saí candidato a prefeito em Sete Lagoas porque contei com o apoio, e pressão, de pessoas que sempre estiveram comigo enquanto deputado. Sofri uma pressão muito grande, minha família não queria. Cheguei num ponto que tive que decidir. Mas pensei que tinha trabalho que me credenciava a encarar o desafio de ser prefeito de Sete Lagoas. Dentre eles, a duplicação da BR-040, que comecei e ajudei a terminar, levando a obra até o trevo de Curvelo. Outro desafio era a Estação de Tratamento de Água (ETA) de Sete Lagoas. A busca de água da superfície vem de longa data, começou na época de Ronaldo Canabrava e posteriormente Leone Maciel, que decidiu tocar o projeto. Quando cheguei a Sete Lagoas, no primeiro ano de governo, o povo queimava pneu em toda cidade em protesto pela falta de água. Nossos poços não aguentavam mais. Outra obra, que deveria estar em andamento, é da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), com verba conquistada por mim junto à presidente Dilma no valor de R$ 70 milhões, sem onerar o município. 

Mas a mais positiva de todas foi a conclusão da ETA – Sistema Rio das Velhas. Se eu não tivesse tomado determinadas atitudes, estaríamos em apuros hoje por falta de água. A pior coisa da vida é você deixar de tomar decisão e pagar por omissão. Infelizmente, deixamos de pagar fornecedores do SAAE e da Prefeitura em dia, porque tínhamos que pagar o financiamento de quase R$ 40 milhões pra Estação sair. Atrasamos alguma folha de pagamento, sim! Mas fazia isso ou o empreendimento não saía.

 Hoje, quando vejo o atual prefeito falar que a água do Rio das Velhas atende 40% da população, fico muito satisfeito. Isso nos traz um alívio, porque foi em prol de uma coisa maior, o futuro da cidade. Acho que, de certa forma, ficamos todos mais aliviados. São coisas que foram muito positivas para o município. 

O atraso do pagamento do funcionalismo sete-lagoano, de quando era prefeito, pode te prejudicar eleitoralmente?
A eleição para deputado é diferente. Mas para cada capítulo da minha passagem pela Prefeitura, eu tenho uma explicação ou argumento que, dentro da minha consciência, me sinto tranquilo. Mas é uma possibilidade também, não podemos descartar. Tive uma votação pífia na tentativa de reeleição para prefeito, mas havia muita fofoca e alianças contra mim. Qualquer decisão que tomava virava veneno. A administração teve seus erros, mas fomos bem. 

Quais projetos têm em mente, caso seja eleito?
A cadeia alimentar que temos no Brasil é uma coisa muito séria. Temos que ter uma segurança alimentar que nos garanta as condições de saúde da população, com alimentação saudável. Um exemplo são as fazendas verticais na Holanda, onde em canteiros de 80 metros de altura cultivam de tudo. No Brasil temos terra e, nas grandes metrópoles, a saída são as fazendas verticais.

Tem acompanhado a política de Sete Lagoas? Como é sua relação com o prefeito Duílio de Castro?
Eu sou suspeito para falar do prefeito atual porque tive uma desavença muito forte com ele. Estava despachando com Duílio e o mesmo fez uma proposta, que para mim era imoral. E tratei a proposta que ele fez com a mesma dimensão e rigor. Ficamos magoados um com o outro e praticamente cortamos relação. Mas pelo que ouço dizer, ele tem feito alguma coisa. Tomara que continue. Sete Lagoas precisa ter criatividade para crescer, desenvolver. 

O PP constituiu a base do prefeito Duílio de Castro, com nomes como do ex-vereador Caramelo, Pastor Alcides e Euro Andrade, dentre outros. Devem caminhar juntos?
Sim, é do meu conhecimento que o PP está com a atual administração. Mas uma das primeiras pessoas que avisei sobre minha pré-candidatura foi o Tadeu Machado, que preside o PP em Sete Lagoas. Liguei pra ele e comentei que já havia conversado com o presidente nacional do partido em Brasília e também em Minas Gerais, que aprovaram minha candidatura. Ele então falou: você vai querer o partido de volta? Falei que “se precisar, eu vou”! Mas a princípio não, deixa como está. Eu mantive o PP por mais de 15 anos, pagava R$ 2 mil a R$ 3 mil para manter a sustentação e estrutura do partido. Mas qualquer coisa, tenho outros convites também. Tudo será avaliado.
 

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