Duílio de Castro não descarta ser candidato a deputado

Em entrevista ao Jornal SETE DIAS, o prefeito confirma a possibilidade, mas afirma que prefere que surja outro nome dentro do seu grupo político. Fala também da relação com Douglas Melo, Márcio Reinaldo e faz uma avaliação de sua gestão

04/02/22 - 09:42

Prefeito Duílio de Castro teve quase 45 mil votos quando foi candidato a deputado federal
Prefeito Duílio de Castro teve quase 45 mil votos quando foi candidato a deputado federal

Celso Martinelli

O prefeito Duílio de Castro (Patriotas), em entrevista ao SETE DIAS, falou sobre as eleições de outubro que se avizinham. Fortalecido com o resultado da última eleição municipal, ele não descarta ser candidato a deputado estadual ou federal. “Não descarto a possibilidade, mas se aparecer nomes do grupo que possam ser candidatos, prefiro que assim seja. Nosso grupo é grande e tem muitas pessoas com capacidade de representar Sete Lagoas, tanto na esfera federal quanto na estadual”, afirmou. Confira:

O prefeito Duílio de Castro é pré-candidato a deputado estadual ou federal?
A eleição é somente em outubro e, por isso, vamos começar as discussões sobre este cenário agora. Por mais que meu nome seja sempre apontado, a avaliação será de um grupo político. Nosso grupo deverá ter candidato a deputado estadual e a federal e isso é muito importante para o fortalecimento desse grupo e, principalmente, pela representatividade que a cidade precisa. 

Não existe dúvida que o senhor é a principal liderança política deste grupo, sua decisão está definida?
Por estar no cargo de prefeito de Sete Lagoas e, após a vitória expressiva na última eleição, é normal que eu seja sempre apontado como pré-candidato. Temos que amadurecer este processo. Não descarto a possibilidade, mas se aparecer nomes do grupo que possam ser candidatos, prefiro que assim seja. Nosso grupo é grande e tem muitas pessoas com capacidade de representar Sete Lagoas, tanto na esfera federal quanto na estadual. 

O consenso em Sete Lagoas é tradicionalmente uma questão utópica, o senhor tem esperança de mudar esta tradição?
Ressalto, inclusive, que muitos têm me procurado em busca de apoio político, não só de Sete Lagoas, mas também de fora. Posso afirmar que se houver um consenso no grupo para lançar um candidato a deputado federal e um a deputado estadual, coloco minha mão por cima e apadrinho. Se isso não acontecer, vou deixar que cada um tome sua decisão. Torço pela maturidade política e que pensem em Sete Lagoas. Nossas reuniões começam agora em fevereiro e vamos buscar o consenso. Isso não é fácil e respeito o interesse de cada um e de seus partidos. A discussão será ampla e vamos buscar um ponto comum. 

O senhor foi candidato a deputado federal em 2018 e não foi eleito por falta de poucos votos. O que faltou para esta vitória?
Coloquei meu nome na disputa exatamente pela falta de representatividade da cidade. Tive quase 45 mil votos e fiquei como primeiro suplente do partido (Patriota). Foi uma eleição difícil num momento incerto, principalmente da administração municipal. A Prefeitura estava com salários atrasados, devia mais de 7.800 acertos, a cidade estava esburacada e cheia de mato. Eu era o vice-prefeito, não tinha nenhum poder de decisão, mas isso refletiu na eleição. Fatores criaram repercussão negativa e deturparam a administração e isso provocou um reflexo negativo. 

São quase seis anos sem um deputado federal natural de Sete Lagoas com mandato. O senhor consegue mensurar o prejuízo que isso provocou para a cidade?
É difícil fazer essa conta, mas Sete Lagoas perdeu muito. Porém, se a conta for feita, nesses dois anos de minha administração foi quando mais captamos recursos de emendas parlamentares em Brasília. Isso por conta de uma boa relação que construí na esfera federal e com deputados que, inclusive, foram companheiros de mandato quando fui deputado estadual e depois foram eleitos como federal. O mais importante papel de um deputado federal não só para Sete Lagoas, mas para toda a região é a sua representação junto às esferas federais. Muitas vezes é preciso alguém com mandato em Brasília para defender os interesses do município. 

Por que a relação com o deputado Douglas Melo é tão distante? O município não sai perdendo com brigas políticas?
Não considero a relação distante. Se a pessoa foi eleita deputado, seja o Douglas ou outros que foram bem votados em Sete Lagoas, o trabalho tem que ser feito pela cidade. A democracia permite que os candidatos tenham votos em todas as cidades, eles são eleitos para Minas Gerais. Eu e o Douglas Melo somos apenas de grupos políticos diferentes e isso não impede que ele continue trazendo recursos para Sete Lagoas. Ele tem que mostrar o seu trabalho e isso não depende do prefeito. Grupo político não impede a atuação e as pessoas devem acompanhar quem trabalha pela cidade e vota a favor do cidadão. Cabe a ele mostrar que tem capacidade de representar os votos que teve. 

O ex-prefeito e deputado Marcio Reinaldo está de volta ao jogo. Como vê uma possível candidatura e eleição do ex-deputado? A relação com ele também é difícil?
Não tenho relação difícil com ninguém. A Prefeitura está de portas abertas para todos. Isso não é diferente com o Marcio Reinaldo. Ele foi deputado federal por muitos anos representando Sete Lagoas e nossa região. Foi prefeito de Sete Lagoas e, infelizmente, sua administração não teve boa aprovação popular. Isso foi provado nas urnas. Agora, ele precisa provar que, como deputado, ele pode ser útil novamente e, talvez, mudar a opinião da população. 

Qual avaliação que você faz do seu trabalho frente à Prefeitura?
Uma avaliação objetiva. Quando assumi no dia 29 de maio de 2019 a Prefeitura gastava 57% de tudo que arrecadava com folha de pagamento. Fechamos o último quadrimestre com 44,9%. Tínhamos 7.800 com acertos atrasados, somando uma dívida de aproximadamente R$ 35 milhões e já pagamos cerca R$ 25 milhões deste total. Somente com as folhas atrasadas eram aproximadamente de R$ 100 milhões e conseguimos sanar esta dívida em pouco tempo. A cidade estava cheia de mato e buraco e, mesmo com a necessidade de manutenção contínua, a realidade é totalmente diferente. Temos controle financeiro da Prefeitura e pagamos folha salarial antecipadamente. Pagamos parte de uma dívida milionária do BNDS. No total, minha administração já quitou cerca de R$ 150 milhões em dívidas da Prefeitura. Quem deve fazer avaliação é a população, mas é só comparar a Sete Lagoas atual com a de dois anos atrás. 

Qual o futuro político do prefeito Duílio de Castro, caso não for concorrer nestas eleições?
Reforço que falar de futuro político agora é muito prematuro. Nossa decisão será sempre em grupo. Isso é um diferencial para o sucesso de qualquer eleição. Estou à frente da administração juntamente com este grupo político e, com certeza, será feita uma avaliação. Qualquer decisão também passa pela sociedade, que também deve ser ouvida. O mais importante é que o pré-candidato não olhe só para o seu umbigo, pense no interesse próprio e partidário. Quando isso acontece, a cidade fica em segundo plano.
Temos controle financeiro da Prefeitura e pagamos folha salarial antecipadamente. Pagamos parte de uma dívida milionária do BNDS. No total, minha administração já quitou mais de R$ 150 milhões em dívidas da Prefeitura. 

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