Sérgio Emílio Brant de Vasconcelos Costa tinha 16 anos de idade, quando momentos após a morte do seu pai Emílio de Vasconcelos Costa, escreveu uma mensagem prometendo seguir sua traj">

Sérgio Emílio Brant de Vasconcelos Costa tinha 16 anos de idade, quando momentos após a morte do seu pai Emílio de Vasconcelos Costa, escreveu uma mensagem prometendo seguir sua traj">

Sérgio Emílio Brant de Vasconcelos Costa tinha 16 anos de idade, quando momentos após a morte do seu pai Emílio de Vasconcelos Costa, escreveu uma mensagem prometendo seguir sua traj"/>

Sérgio Emílio Brant de Vasconcelos Costa tinha 16 anos de idade, quando momentos após a morte do seu pai Emílio de Vasconcelos Costa, escreveu uma mensagem prometendo seguir sua traj">

Sérgio Emílio Brant de Vasconcelos Costa tinha 16 anos de idade, quando momentos após a morte do seu pai Emílio de Vasconcelos Costa, escreveu uma mensagem prometendo seguir sua traj">

Sérgio Emílio: “renunciar a um mandato para satisfazer vaidade pessoal é condenável”.

Sérgio Emílio Brant de Vasconcelos Costa tinha 16 anos de idade, quando momentos após a morte do seu pai Emílio de Vasconcelos Costa, escreveu uma mensagem prometendo seguir sua traj

15/06/16 - 11:36

Ainda avalia a política nacional, o prefeito Marcio Reinaldo e o deputado estadual Douglas Melo. “Renunciar a um mandato que lhe foi concedido para satisfazer uma vaidade pessoal é condenável”, dispara.

COTIDIANO
Estou aposentado e tenho mais tempo para acompanhar os fatos e acontecimentos políticos. Dentro das possibilidades sempre procuro ajudar, amparar e aconselhar meus amigos e parentes. Minha vida é simples e singela e ao mesmo tempo boa, porque vivo próximo de meus familiares. Ainda tenho um encontro semanal com meus amigos, trocamos ideias e isso também é importante para ficar atualizado.

POLÍTICA NACIONAL
Está tudo muito tumultuado. Nunca vimos o Brasil em uma situação tão es-
drúxula. São vários acontecimentos se somando e o mais preocupante são os escândalos de corrupção intensa. Existem homens públicos que se mantêm dentro dos princípios éticos, mas outros assumem os cargos para enriquecer ilicitamente e isso está muito evidente no Brasil.

O ERRO DE MARCIO REINALDO
O Marcio Reinaldo está se esforçando para acertar. Ele cometeu um erro porque foi um ótimo deputado federal e renunciou seu mandato para assumir a prefeitura. A cidade perdeu um representante de primeira linha. Pela primeira vez na história ficamos sem um representante em Brasília.

IMPORTÂNCIA DO DEPUTADO ESTADUAL
Quando o deputado é atuante e vibrante ele resolve problemas. Quando fui deputado não existia nenhuma estrada asfaltada em nossa região, apenas a ligação até Belo Horizonte. Consegui ligar todos os municípios da região com asfaltamento. O governador não vai adivinhar as necessidades da região, é preciso um deputado atuante que apresente estas reivindicações e anseios.

DOUGLAS MELO
O Douglas veio em minha casa pedir apoio. Fiquei aguardando que ele viesse prestar contas do que está fazendo, mas não veio. Então não tenho enxergado um trabalho eficiente, dinâmico, realizador e profundo. Fui deputado, mas só depois de 12 anos de serviços prestados e missão cumprida, voltei para a prefeitura. Renunciar a um mandato que lhe foi concedido para satisfazer uma vaidade pessoal é condenável. Isso prejudica muito a cidade, que fica sem representante.

REALIZAÇÕES COMO DEPUTADO
Fui muito criticado quando fiz o projeto de lei criando o “exame do pezinho”. Ninguém sabia o que era aquilo porque não existia em Minas Gerais. Hoje este exame salva milhares de crianças prevendo doenças preocupantes que são descobertas com antecedência. Criei a lei para reconhecimento do curso de fonoaudioligia. Também fiz a lei para doação de córnea que beneficia tanta gente.

REALIZAÇÕES COMO PREFEITO
Fui o responsável pela instalação do Distrito Industrial. Lá foram instaladas empresas importantes como Centro Ótico, Formin e Bombril. Fiz o Parque Náutico da Lagoa da Boa Vista, criando o maior complexo deste tipo em Minas Gerais. Nos meus dois mandados foram 1,7 milhão de metros quadrados de asfaltamento usinado a quente sem cobrar um centavo do contribuinte, foram recursos próprios da Prefeitura. Outro trabalho extraordinário foi o projeto “Corpo e Alma” criado pela primeira dama Maria Dalva. Fiz também o primeiro conjunto habitacional de Sete Lagoas, o bairro Emília, com 543 casas. As dei de presente para operários municipais que eram casados e pais de família. Iluminei a cidade toda. Essa região da minha casa (Boa Vista), não havia iluminação. Para se ter uma ideia, o bairro Jardim Arizona, que era um bairro nobre, não era iluminado e nem o Mangabeiras. Eu abri a avenida Vila Lobos e iluminei tudo.

A RETIRADA DOS TRILHOS
A obra mais importante da história de Sete Lagoas foi a retirada dos trilhos que cortavam a cidade ao meio. Ficar parado em longas filas esperando a passagem dos trens era um martírio e volta e meia provocava acidentes. É preciso fazer justiça e citar que quem conseguiu os recursos para este projeto foi meu filho Emilio de Vasconcelos, então secretário de Planejamento. Ele fez o projeto e levou a Secretaria de Obras de Minas Gerais, os recursos estavam disponíveis para quem tivesse projeto. Foi construída uma nova rodovia de 14,5 quilômetros. Uma obra que custou 30 milhões de dólares. O Governo de Minas entrou com 90% dos recursos e o município com 10%.

INICIO NA POLÍTICA
Entrei na política com 21 anos de idade eleito vereador. Até hoje sou o vereador mais votado da história da cidade de maneira proporcional com cerca de 10% dos votos. Depois assumi muitos cargos públicos, fui oficial de gabinete em várias secretarias estaduais, entre elas a da Fazenda cujo titular era o Tancredo Neves. Fui também diretor da Cohab.

GANHOU E NÃO LEVOU
Na primeira eleição para prefeito ganhei e não levei. Na época havia a soma de sublegendas, eram três contra um. Fui o mais votado com 6 mil votos e o Alberto Moura venceu com 4 mil. Dois anos depois fui candidato novamente e eleito com 18 mil votos. Em seguida fui eleito por três mandatos consecutivos para deputado sempre entre os mais votados de Minas Gerais.

INFLUÊNCIA DO PAI
Tudo começou com meu pai, Emílio de Vasconcelos Costa. Ele teve uma carreira semelhante à minha. Foi prefeito duas vezes e deputado três vezes, parece que nós combinamos. É preciso analisar o homem público no momento em que ele está realizando seu mandato. Em cada época existem características que definem o desempenho de cada um. Alguns se destacam nas grandes dificuldades. Meu pai foi prefeito na época da segunda guerra mundial. Não tinha trator, carro, combustível. Para conseguir combustível era preciso marcar um dia, entrar numa fila e pegar uma lata de gasolina. Naquela época a lagoa Paulino era coberta de junco. A ilha (do Milito) não existia. Meu pai ia no barco com os operários retirar as taboas do fundo da lagoa. Com carrocinha de burro arrastaram a terra para fazer a praça do CAT. A praça foi feita em meu mandato, mas o aterramento foi feito pelo meu pai. Com a terra que sobrou, ele fez a ilha, que hoje tem o nome dele, dado pelo prefeito Wilson Tanure.

COMPROMISSO NA MORTE
Meu pai me ensinou isso: “Trabalhe com amor”. Quando ele morreu, aos 45 anos, eu tinha apenas 16 anos e desde então assumi o compromisso de continuar aquilo que ele começou. Essa perda prematura me incentivou ainda mais a entrar na vida pública. Na época, morávamos em Belo Horizonte, pois ele era deputado. Nunca revelei isso a ninguém. Quando ele morreu, fui ao birô do meu pai, naquela época não tinha gabinete era tudo em casa sem auxílio de nada, hoje os deputados têm tudo e ainda querem mais. No escritório dele peguei seu cartão de deputado e escrevi: “acaba de falecer um grande homem. Assumo o compromisso de continuar suas amizades e seu trabalho”. Assinei e minha mãe guardou esse cartão. Cumpri aquilo que escrevi.

TRAIÇÃO POLÍTICA
Também já fui traído. Havia uns três vereadores que eu atendia muito bem, eu os considerava como grandes amigos pessoais. Em uma eleição, um candidato ofereceu recursos financeiros que eu não tinha para oferecer. Então foram pessoas que tinham assumido um compromisso comigo numa noite e no outro dia receberam recursos de outro. Umas três vezes me aconteceu isso. Quando entra dinheiro no meio acontece o que está acontecendo hoje no Brasil, a corrupção.

PERSEGUIÇÃO NA REVOLUÇÃO
Tive problemas sérios na vida pública. Durante a revolução militar, eu era contra. Era amigo de JK. Tancredo Neves era governador quando eu era deputado. Era muito visado pela revolução pois era contra o governo militar. Tive prisão domiciliar, fui chamado várias vezes na Comissão Geral de Investigações (CGI) quando fui candidato a deputado pela primeira vez. Sempre que tínhamos um comício marcado na região, eles me chamavam para que eu não fosse ao comício, caso contrário, seria preso.

SEM ARREPENDIMENTOS
Não tenho arrependimentos, pois fiz além do que imaginava. Lancei o slogan “em Sete Lagoas trabalha-se com amor”, era uma colher de pedreiro com uma rosa. Fizemos um trabalho de alto nível, nunca tivemos nenhum resquício de qualquer dúvida quanto a nossa dignidade.

POLÍTICA NA VEIA
Não consigo viver sem política. Está no sangue. Meu pai foi prefeito e deputado, meu tio, irmão do meu pai (Vasconcelos Costa), foi prefeito e deputado, eu fui prefeito e deputado, tenho um outro tio, irmão da minha mãe, foi prefeito em Juiz de Fora. Minha família a vida inteira teve uma grande tradição de homens públicos, sempre sem qualquer denúncia que pudesse caracterizar um desvio de conduta. Mas eu gosto, nasci nisso. Meu irmão, por exemplo, já não gosta. Mas a política é muito motivante. É ela que constrói ou destrói, embora muitos não tenham consciência disso. Veja que tivemos ex-prefeitos em que o povo arrependeu profundamente em ter votado neles, porque erraram. Só que o arrependimento vem tarde, vem só na próxima eleição.

por Renato Alexandre e Marcelo Sander

Veja Mais