Inverno 2024: temperaturas acima da média e pouca chuva no Brasil

Fenômeno La Niña deve se estabelecer entre julho e agosto, impactando clima em todo o país.

Ilha do Milito. Foto: Roberta Lanza

Nesta quinta-feira (20), começa o inverno no Brasil, trazendo previsões de temperaturas acima da média e pouca chuva, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A estação, que se inicia às 17h51 e vai até 22 de setembro, deve ser marcada por um clima mais quente do que o usual e pela instalação do fenômeno La Niña entre o fim de julho e o começo de agosto.

Fatores influenciadores do clima

De acordo com o Climatempo, dois fatores são principais para as temperaturas anormais e chuvas irregulares previstas:

  • Bloqueios atmosféricos: A persistência desses bloqueios impede que massas de ar frio avancem pelo interior do país, resultando em temperaturas mais elevadas.
  • Águas aquecidas do Atlântico: Este aquecimento interfere na atmosfera, alterando os padrões típicos do inverno e reduzindo a intensidade das frentes frias, mesmo com a influência do La Niña.

Tendências regionais para o inverno

1. Frio intenso e possibilidade de geadas e neve

  • Temperaturas: Em geral, acima da média, com ondas de frio possíveis, especialmente no Sul, sul do Mato Grosso do Sul e algumas áreas de São Paulo.
  • Geadas e neve: Condições mais favoráveis entre a segunda quinzena de julho e o início de setembro, em comparação com 2023.

2. Novas ondas de calor

  • Previsão: Altamente provável no final da estação, especialmente em agosto e setembro, com temperaturas muito acima da média.

3. Seca na Amazônia

  • Chuvas: Reduzidas, com níveis de rios diminuindo até outubro, podendo atingir marcas tão baixas quanto as observadas em 2023.

4. Chuvas no litoral do Nordeste

  • Previsão: Volumes elevados em julho, apesar do pico em junho, com risco de chuvas expressivas devido às águas aquecidas do Atlântico.

5. Queimadas

  • Tendência: Maior número de focos e área queimada em relação a 2023, devido à irregularidade das chuvas e altas temperaturas prolongadas.

Efeitos do La Niña

O La Niña, caracterizado pelo resfriamento de 0,5°C ou mais das águas do Oceano Pacífico, deve se instalar no segundo semestre de 2024, trazendo seus efeitos clássicos:

  • Norte e Nordeste: Aumento das chuvas.
  • Centro-Sul: Tempo seco e chuvas irregulares.
  • Sul: Tendência de tempo mais seco e condições favoráveis para a entrada de massas de ar frio, aumentando a variabilidade térmica.

Previsões climáticas mensais

Julho

  • Temperaturas: Possibilidade de ser o julho mais quente já registrado, especialmente no Centro-Oeste e Sudeste.
  • Chuvas: Volumes reduzidos no Sul e Norte; possibilidade de chuvas acima da média no leste do Nordeste.
  • Umidade: Baixa com grandes amplitudes térmicas.

Agosto

  • Temperaturas: Variabilidade no Sul, mais calor no oeste de São Paulo e Rio de Janeiro.
  • Chuvas: Levemente acima do observado em julho, mas ainda abaixo da média.

Setembro

  • Ondas de calor: Prováveis ao longo do mês, com períodos prolongados de temperaturas acima da média.
  • Chuvas: Abaixo da média na maior parte do país, com amplitudes térmicas maiores em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro comparado ao ano passado.

Conclusão

O inverno de 2024 no Brasil promete ser quente e seco, com a influência significativa do La Niña moldando o clima nas diversas regiões do país. Mesmo com a predominância de temperaturas elevadas, curtos períodos de frio intenso ainda são esperados, proporcionando uma estação de grande variabilidade climática.