Fenômeno La Niña deve se estabelecer entre julho e agosto, impactando clima em todo o país.
Nesta quinta-feira (20), começa o inverno no Brasil, trazendo previsões de temperaturas acima da média e pouca chuva, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A estação, que se inicia às 17h51 e vai até 22 de setembro, deve ser marcada por um clima mais quente do que o usual e pela instalação do fenômeno La Niña entre o fim de julho e o começo de agosto.
Fatores influenciadores do clima
De acordo com o Climatempo, dois fatores são principais para as temperaturas anormais e chuvas irregulares previstas:
- Bloqueios atmosféricos: A persistência desses bloqueios impede que massas de ar frio avancem pelo interior do país, resultando em temperaturas mais elevadas.
- Águas aquecidas do Atlântico: Este aquecimento interfere na atmosfera, alterando os padrões típicos do inverno e reduzindo a intensidade das frentes frias, mesmo com a influência do La Niña.
Tendências regionais para o inverno
1. Frio intenso e possibilidade de geadas e neve
- Temperaturas: Em geral, acima da média, com ondas de frio possíveis, especialmente no Sul, sul do Mato Grosso do Sul e algumas áreas de São Paulo.
- Geadas e neve: Condições mais favoráveis entre a segunda quinzena de julho e o início de setembro, em comparação com 2023.
2. Novas ondas de calor
- Previsão: Altamente provável no final da estação, especialmente em agosto e setembro, com temperaturas muito acima da média.
3. Seca na Amazônia
- Chuvas: Reduzidas, com níveis de rios diminuindo até outubro, podendo atingir marcas tão baixas quanto as observadas em 2023.
4. Chuvas no litoral do Nordeste
- Previsão: Volumes elevados em julho, apesar do pico em junho, com risco de chuvas expressivas devido às águas aquecidas do Atlântico.
5. Queimadas
- Tendência: Maior número de focos e área queimada em relação a 2023, devido à irregularidade das chuvas e altas temperaturas prolongadas.
Efeitos do La Niña
O La Niña, caracterizado pelo resfriamento de 0,5°C ou mais das águas do Oceano Pacífico, deve se instalar no segundo semestre de 2024, trazendo seus efeitos clássicos:
- Norte e Nordeste: Aumento das chuvas.
- Centro-Sul: Tempo seco e chuvas irregulares.
- Sul: Tendência de tempo mais seco e condições favoráveis para a entrada de massas de ar frio, aumentando a variabilidade térmica.
Previsões climáticas mensais
Julho
- Temperaturas: Possibilidade de ser o julho mais quente já registrado, especialmente no Centro-Oeste e Sudeste.
- Chuvas: Volumes reduzidos no Sul e Norte; possibilidade de chuvas acima da média no leste do Nordeste.
- Umidade: Baixa com grandes amplitudes térmicas.
Agosto
- Temperaturas: Variabilidade no Sul, mais calor no oeste de São Paulo e Rio de Janeiro.
- Chuvas: Levemente acima do observado em julho, mas ainda abaixo da média.
Setembro
- Ondas de calor: Prováveis ao longo do mês, com períodos prolongados de temperaturas acima da média.
- Chuvas: Abaixo da média na maior parte do país, com amplitudes térmicas maiores em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro comparado ao ano passado.
Conclusão
O inverno de 2024 no Brasil promete ser quente e seco, com a influência significativa do La Niña moldando o clima nas diversas regiões do país. Mesmo com a predominância de temperaturas elevadas, curtos períodos de frio intenso ainda são esperados, proporcionando uma estação de grande variabilidade climática.