Crônicas

Mudança

31/05/23 - 13:00

Por Élida Gontijo


    Não há nada mais chato que organizar uma mudança. Desse quesito tenho experiência, já mudei algumas vezes e a última foi há quase sete anos. Agora estou vivendo em meio a um turbilhão de caixas, sacolas, parece que tudo triplica, não pensava que tinha tantos pratos, posso servir um banquete com muitos convidados. Linhas tenho para tecer uma estrada bem longa. 
    Já comecei o processo das doações, tem um lado bom, observamos que temos coisa demais e não usamos nem a metade, enquanto alguns precisam tanto. Tenho uma fábrica de papéis no quarto de estudo, como a maioria dos professores, sempre guardo livros, folhas, atividades que acho que vou aproveitar, mas na verdade ficam só guardadas. Choro de saudades de uma coleção de livros didáticos da Magda Sores que doei e me faz realmente falta.
     Quem vai lucrar com esta mudança é uma senhora que busca a coleta seletiva aqui em casa, precisa arrumar um caminhão para buscar as doações. Você leitor deve estar pensando que sou acumuladora ou uma pessoa miserável, não sou, sempre gosto de fazer doações, mas uma mudança como o próprio nome diz é mudar as coisas, objetos, hábitos. Precisamos ter mais praticidade, menos espaço, para ter menos trabalho.
     As caixas estão todas com legendas para facilitar na hora de colocar tudo no novo lugar, mas parece que tudo se perde na hora de descarregar a bendita mudança. Quem tem pressa assim como eu sofre mais, a mesma não combina com Dona Mudança. Estou purificando estes dias, o espaço foi tomado pelas caixas. Espero que tudo fique bem organizado rápido e que possa escrever novos textos na nova moradia.
      Élida Gontijo- Junho de 2023.
 

Élida Gontijo

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