70 anos do Dom Silvério

Setembro de 1992

24/11/23 - 12:50

O SETE DIAS publicou uma edição especial para celebrar os 70 anos da escola Dom Silvério. Considerado um marco do setor educacional de Sete Lagoas, a fundação do primeiro colégio da cidade, em 1922, foi possível graças ao então padre Messias de Sena Batista, então vigário da Paróquia de Santo Antônio. A primeira sede foi na rua Dr. Pena que, em seguida, foi transferida para o novo prédio construído na rua Silva Jardim (atual Monsenhor Messias).  Em 2019, o Dom Silvério foi incorporado pela rede Santa Maria Minas que encerrou as atividades na cidade em 2022. 

A lista dos aprovados
no vestibular-SL
Janeiro de 1993
Pelo segundo ano consecutivo o SETE DIAS publicava a lista de aprovados do vestibular da Fundação Educacional Monsenhor Messias (atual Unifemm). A única instituição de nível superior da região tinha disputas acirradas por vagas nos seguintes cursos: Direito, Pedagogia, Ciências, Letras e Estudos Sociais. Sem internet, a edição do jornal era concorrida nas bancas já que revelava em primeira mão quem seriam os futuros universitários. Os exemplares, inclusive, eram guardados com carinho pelos orgulhosos aprovados. 

Pai de aluno quer levar
carteira para escola
Janeiro de 1993
Sete Lagoas vivia uma grave crise na Educação. A combinação da falta de vagas nas escolas públicas com a alta mensalidade das particulares acabou gerando uma grande disputa. A situação provocou, em alguns casos, até a necessidade de realização de “vestibular” para entrar em escolas estaduais tradicionais da cidade. A Maurílio de Jesus Peixoto (Estadual), por exemplo, tinha 70 vagas na 5ª série para 500 candidatos. Desesperados, alguns pais queriam emprestar carteiras para que seus filhos pudessem estudar. 

PARTE 1
Um cenário desanimador
A linha do tempo dos últimos 30 anos pode mostrar claramente a evolução do sistema educacional de Sete Lagoas. De uma situação caótica a um polo educacional. No início da década de 1990, como mostra as edições do SETE DIAS, a cidade convivia com problemas que provocaram um verdadeiro colapso nas unidades públicas. Escolas com estrutura precária e falta de vagas ilustravam o caos vividos por alunos e seus familiares.

Já a rede particular ganhava força neste mesmo momento, mas a crise econômica nacional, provocada pelo tumultuado governo Fernando Collo,r refletiu diretamente neste negócio. Novas escolas privadas surgiram, as já instaladas investiram em expansão, mas houve uma debandada de estudantes para a já sufocada rede pública.  

O cenário desanimador tinha, inclusive, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) ameaçada de fechamento por falta de recursos. Em 1993, eram 186 crianças atendidas. (atualmente são mais de 600, entre crianças, jovens e adultos). Esta crise foi provada pela falta de repasses da Legião da Boa Vontade (LBA), administrada pela primeira-dama presidencial, Roseane Collor. A entidade estava sendo custeada apenas com doações de pais ou responsáveis. 

As limitações da Educação também estavam no ensino superior. Estudantes de Sete Lagoas e municípios vizinhos tinham apenas a Fundação Educacional Monsenhor Messias como escolha de graduação, tendo o Direito como curso mais disputado. 

Porém, o 1993 pode ser considerado o ano onde foram dados os primeiros passos para mudar o patamar educacional em Sete Lagoas. Foi quando a Rede Municipal de Ensinos se tornou uma das principais apostas da Prefeitura que apostou em uma gestão técnica com a reforma e construção de escolas.  Depois de três décadas, a realidade é outra. Um assunto que é destaque na continuidade desta reportagem. 

PARTE 2
Um dos principais polos educacionais de Minas Gerais
No dia 12 de janeiro de 2018 foi anunciado o primeiro vestibular de Medicina de Sete Lagoas. A chegada do curso, literalmente, confirmou a cidade como um dos principais polos educacionais de Minas Gerais. A diversidade de cursos de graduação oferecidos atualmente confirma esta posição. Além disso, escolas de nível infantil, fundamental e médio se multiplicaram nos setores públicos e privados eliminando uma defasagem de vagas que já assombrou pais e responsáveis pelos estudantes. 

O levanto apresentado nesta edição especial do SETE DIAS expõe a força do setor educacional de Sete Lagoas. Apenas o ensino público, conta com mais de 90 escolas que receberam, em 2023 mais de 33 mil alunos. As unidades educacionais estão em todas as regiões do município, inclusive, em áreas rurais ou distritos como Barreiro, Fazenda Velha, Lontra, Lontrinha e Estiva. 

E quem procurava por graduação superior ou pós-graduação, há três décadas, teria apenas a Fundação Educacional Monsenhor Messias como destino. Atualmente, existe infinitas possibilidades de instituições e até uma universidade pública, a UFSJ. Um grande atrativo de Sete Lagoas foi a diversificação que tem cursos com grande potencial de aceitação no mercado. 

Esta estrutura também é um esteio para o mercado de trabalho. Números disponíveis no Portal de Transparência, por exemplo, mostra que somente a Prefeitura mantém mais de 3.600 servidores da Educação. Deste total, mais de 1.800 são professores e 589 trabalham como serventes escolares. 

EDUCAÇÃO EM NÚMEROS
56 escolas municipais – 15 mil alunos do maternal ao 9º ano
36 escolas estaduais – 18.579 alunos – fundamental, médio e Eja
47 escolas particulares 
7 faculdades presenciais 
25 faculdades EAD

Referências no ensino profissionalizante
SENAI/SESI
Escola Técnica Municipal
SENAC

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