O triste fim da Serra de Santa Helena

Editorial

“Olhem bem as montanhas”

Carlos Drummond de Andrade já chorara diante da pulverização do Pico do Cauê, a itabira do mato dentro transformada em dolorosa fotografia na parede: …” foge minha serra, vai/ deixando no meu corpo e na paisagem/ mísero pó de ferro, e este não passa”

(https://academiamineiradeletras.org.br/artigos-de-academicos/olhem-bem-as-montanhas)

Em Sete Lagoas a nossa Serra de Santa Helena, tão castigada por motociclistas e jeepeiros irregulares, acaba de sofrer um verdadeiro atentado contra a sua integridade. Breve, ao invés de árvores na paisagem, veremos casas e prédios em suas encostas e num futuro não distante, ela será como o bairro Serra em Belo Horizonte, cheio de arranha céus. Loteamentos foram autorizados em grande extensão da Área de Proteção Ambiental – APP -, que ainda a protegia da ganância imobiliária.

Agora, adeus, sob os olhos omissos de quem deveria estar cuidando dela, e da própria população, que não se mobiliza para assuntos como este em nossa cidade. Que pena!

Em outra ponta da região, a omissão de décadas continua na MG-424, uma das piores e mais perigosas rodovias do Brasil, no trecho entre Sete Lagoas e Pedro Leopoldo/Aeroporto de Confins.

Além da péssima pista de rolamento, sem acostamento, cheia de curvas; cavalos continuam levando perigo de morte a motoristas. Pastam livremente nas margens da estrada e na chegada a Matozinhos, como mostra uma das imagens ilustrativas deste editorial, enviada por um leitor.