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Startup de sete-lagoano é selecionada em programa do Governo de Minas

De comparação de preços entre supermercados para venda de informações estratégicas a fornecedores, empresa mudou modelo de negócio em um mercado pouco explorado. Acompanhe a entrevista.

22/04/16 - 12:59

Muito provavelmente você ainda não ouviu falar da Lett Insights. Ainda! Trata-se de uma startup (empresa de base tecnológica com alta possibilidade de ganhos em escala em um curto período de tempo) criada pelo sete-lagoano Fabrício Massula e outros três sócios, dois paulistas e um de Belo Horizonte. A empresa - que atua no monitoramento de lojas virtuais para varejistas e fabricantes em tempo real - foi selecionada no início do mês para participar da 3ª rodada de aceleração do SEED, o programa do Governo de Minas de apoio às startups.

Junto com a startup de Fabrício - que é filho de Fábio Dutra e Fátima Massula, proprietários da Bookcafé - se inscreveram outras 1452 empresas de 48 países e apenas 40 foram selecionadas, sendo 20 mineiras. A Lett e as demais startups selecionadas serão recebidas na sede do programa, no Espaço 104, em Belo Horizonte, durante seis meses de aceleração, recebendo mentoria personalizada, formação empreendedora, escritório compartilhado e conexão com o ecossistema global, além de capital semente de até R$ 80 mil. Único sete-lagoano a participar do programa, Fabrício Massula foi entrevistado pelo SETE DIAS em uma de suas visitas de fim de semana à cidade. Acompanhe.

Qual sua experiência anterior à Lett?

Mudei para Belo Horizonte para estudar em 2008. Fiz Engenharia Elétrica na UFMG, me formei em 2012 e continuei lá. Comecei com uma startup chamada Link Saúde, para armazenamento de dados clínicos, mas não deu certo. Aí iniciei um mestrado nos EUA, em Inovação e Empreendedorismo, no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Até saí no SETE DIAS na época...risos. Fiquei lá seis meses e voltei com essa ideia da Lett com mais dois amigos.

E qual é a ideia por trás da startup?

A ideia inicial era um comparador de supermercado. Queríamos fazer um site em que as pessoas pesquisassem em qual supermercado determinados produtos estavam mais baratos, comprassem on line e os supermercados mandariam entregar em casa. Começamos em Florianópolis em 2014, pois passamos em um programa do governo de lá (Startup SC), que tem um ecossistema bem maior que o de BH. Tanto que uma das maiores startups do país, a RD Station, é de lá. Nossa sede inclusive era lá há até pouco tempo. Na época desenvolvemos um MVP (Mínimo Produto Viável, no jargão das startups) com três supermercados de Floripa. Teve bastante divulgação e o pessoal usou bem, mas percebemos que, em termos de modelo de negócio, era muito esforço para pouco ganho. Durante o processo para chegar nesse comparador de preço, precisávamos do mix de produtos de cada supermercado, mas isso para o estabelecimento tem valor, então eles não passam isso tão fácil para evitar serem comparados com os concorrentes. Aí criamos um robô que varria os sites os supermercados e buscava esses preços automaticamente, em tempo real.

Como foi o processo de mudança do modelo de negócio?

Percebemos que a informação que a gente conseguiu capturar, que era só um meio para ter o comparador, na verdade valia mais do que o próprio comparador, já era um produto, e isso só descobrimos conversando com os supermercados e os fornecedores, que muitas vezes não sabiam por quanto e como seus produtos estavam sendo vendidos. Aí demos uma pivotada (mudança no escopo do projeto para um novo modelo de negócio, no jargão). Para o fornecedor, é importante saber não só por quanto o varejo está vendendo, mas também a forma como o produto aparece na loja virtual. Às vezes um hífen a menos na descrição do produto pode prejudicar sua posição em uma busca, por exemplo. Nossa ferramenta tem condições de fazer essa análise. Criamos um painel para os fornecedores acompanharem essas informações em tempo real e fomos agregando outras funcionalidades, como comparação entre os concorrentes, por exemplo. Saímos de um modelo de comissão por vendas com os supermercados para um modelo de assinatura mensal para fornecedores.

Quais clientes vocês já atendem?

Temos a Nestlé, que foi nossa primeira cliente. Ela ajudou bastante no início com ideias de melhorias. Prestamos o serviço de graça até um ponto em que a ferramenta estivesse pronta para ser oferecida ao mercado. A estratégia que usamos foi 'se estiver bom o suficiente que a Nestlé possa pagar, então outras também poderão'. Quando eles de fato se tornaram clientes, começamos a vender para outras empresas. Temos também a LG e estamos conversando com a Samsung e a Ambev, que já foi nossa cliente e deve voltar, entre outras.

Já haviam participado de outro processo de aceleração?

Além do Startup SC, somos encubados em uma aceleradora do Cefet-MG e já tinhamos tentado entrar no SEED na segunda rodada, em 2014, quando ainda tínhamos o comparador de supermercado, mas fomos reprovados. Um dos feedbacks do programa, inclusive, foi que nos fez ver que podíamos pivotar a ferramenta. O SEED, mesmo nos reprovando, nos ajudou. Acredito que, além da mudança no modelo de negócio, o que ajudou bastante sermos aprovados desta vez foi já ter clientes na carteira e também um investidor, que é a Neogrid (software de gestão da cadeia de suprimentos, entre fornecedores e lojistas).

O que esperam agora com a aprovação no SEED?

Esperamos com o SEED o espaço, principalmente para nossa área comercial, e entrarmos definitivamente nesse mercado de startups. Hoje praticamente só nossa startup fica no Cefet, nos achamos um pouco isolados. Já no SEED estaremos com centenas de empreendedores em um mesmo ambiente. Também podemos contribuir para o ecossistema com contatos de fornecedores que já temos. Essa foi uma das partes mais difíceis do negócio. Além, claro, de ser um privilégio muito grande participar desse programa.

Como vê o ambiente de empreendedorismo e inovação em Sete Lagoas?

Tem muito a crescer ainda. Muita gente boa que está nesse meio, inclusive sete-lagoanos que, assim como eu, estão em BH. Acho que tem muita gente escondida por aqui suficiente para criar um ecossistema. Precisamos descobrir e juntar essa galera. Outro ponto é incentivar matérias de tecnologia e inovação nas faculdades da cidade. Mas o que traz as boas ideias é, primeiramente, juntar a galera mesmo, com encontros semanais, ter um local fixo como apoio e a cada encontro juntar mais gente. Foi isso, esse ambiente de inovação, que fez surgir o San Pedro Valley em BH e o Vale do Silício nos EUA. A partir daí, com a galera mais inteirada, pode se fazer um processo tipo o SEED para oficializar a coisa toda.

Marcelo Sander

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