Da Redação

A cidade cresce e a quantidade de golpes e golpistas em ação em Sete Lagoas e região aumenta na mesma proporção. Estelionatários que atuam nos mais diversos ramos se aproveitam de fatores como a boa-fé, ingenuidade e também daqueles pseudo espertos, que querem levar vantagens anormais, com oportunidades “milagrosas”.
Com a evolução tecnológica, esses marginais passaram a contar com informações de dados que deveriam ser exclusivos de cartórios, prefeitura, estado e União com seus respectivos órgãos oficiais. A tecnologia proporciona também mais facilidades na falsificação de documentos, completando um pacote de maldades para enganar a possíveis clientes.
Até autoridades, teoricamente mais protegidas contra determinados golpes, caem em armadilhas, como o prefeito de Funilândia, Zé da Gurita, que caiu no golpe do pix esta semana.
Via Whatsapp
Se por um lado a tecnologia facilita a vida de bandidos, ela também ajuda a proteger possíveis vítimas, como foi o caso de uma moradora da comunidade da Estiva (perto de Silva Xavier), em Sete Lagoas.
Um golpista bastante manjado nos cartórios de registros de imóveis e na Delegacia de Polícia Civil da cidade, colecionador de várias passagens por delitos semelhantes, quase levou o dinheiro de uma família da localidade, vendendo lotes que não lhe pertenciam.


Por meio de mensagens via whatsapp, indivíduo de nome “Gustavo”, se dizendo de Belo Horizonte, oferece quatro lotes (que totalizam 1440 m2), todos por R$ 110 mil. O valor venal de cada, segundo o IPTU 2025, é de R$ 60 mil, totalizando R$ 240 mil.
No diálogo o vigarista fala que o terreno seria fruto de uma herança, já que o “pai, Marden” havia falecido.
Realmente o nome do proprietário dos lotes é este, porém, ele está muito bem vivo, mora no exterior e tem praticamente a mesma idade do estelionatário (45 e 46 anos), apenas um ano de diferença. O que o marginal não esperava é que a quase vítima do golpe, repassou as mensagens num grupo de whatsapp da Estiva e entre os integrantes havia uma parente do dono dos lotes. Comunicado, ele agiu rapidamente, acionou outros parentes daqui, que contatou a Polícia Civil e amigos da imprensa da cidade.
Agilidade na operação
Em função da rápida investigação e da operação de flagrante bem articulada, o indivíduo foi preso, junto com um parceiro. Na delegacia, o comparsa foi liberado (por alegada falta de elementos que justificassem a detenção), e o golpista principal (de vasta ficha criminal), devidamente autuado, porém liberado ao pagar fiança no valor de R$ 2 mil.
Importante registrar que a ajuda de todos os cartórios de registros de imóveis, imobiliárias e corretores da cidade foi muito importante para facilitar as investigações e a operação da Polícia Civil. E todos eles manifestaram o interesse do setor em ver fora de ação esses marginais, que tanto prejudicam o trabalho deles e infernizam a vida de vítimas ou de quase vítimas, como foi o caso dessa família da Estiva.