7 perguntas para o Dr. André Rocha

Um dos mais conceituados médicos psiquiatras do estado atualmente é o Dr. André Luiz Barbosa Rocha, um “sete-lagoano” nascido em Funilândia, que em Sete Lagoas atende em seu consultório na Rua Quintino Bocaúva, 344, sala 102 – Edifício Libertae ((Telefones – 31 9090-8070 \ 9087-0023).

Aos 43 anos de idade, casado com Magna Andreotti, pai da Lívia, 17 anos, e Andrezinho, 12, ele estudou até a 6ª série na Escola Estadual Aluisio Ferreira de Souza, em Funilândia, 7ª e 8ª séries no Colégio João Herculino/SL, 2° grau no Colégio Impulso/SL. Graduado em Fisioterapia pela Universidade de Itaúna e Medicina pela Unincor/BH, especializou-se em Psiquiatria e Dependência Química.

Neste mês nacional dedicado à conscientização dos cuidados com a saúde mental, ele respondeu a sete perguntas do SETE DIAS:
01 – É possível dimensionar os efeitos da campanha Janeiro Branco, criada em 2014?
Dr. ANDRÉ ROCHA: A campanha Janeiro Branco veio para mostrar a importância do cuidado com a saúde mental. Nunca se falou tanto no assunto, que teve grande impulso durante as Olimpíadas de Tóquio em 2021, quando a ginasta norte-americana Simone Biles desistiu de participar das finais individuais e por equipe, por questões de saúde mental. O mundo abriu os olhos para as questões relacionadas ao tema.
02 – As pessoas estão mais conscientes em relação a cuidados que devem tomar?
Dr. ANDRÉ: Sim. Corpo e mente precisam estar em sintonia. As doenças mentais são tão ou até mais incapacitantes que as doenças físicas e muitas vezes estão associadas. Nos dias atuais as doenças mentais estão entre as primeiras causas de afastamento do trabalho e de dias perdidos de vida.
03 – A pandemia Covid-19 trouxe desdobramentos em termos de aumento de incidência de casos?
Dr. ANDRÉ: Sem dúvida. A pandemia trouxe um aumento muito grande na incidência das doenças mentais por vários motivos: a tristeza, a ansiedade, preocupações com o futuro que foram causadas tanto pelas perdas de entes queridos como também pelos problemas financeiros gerados pela estagnação das economias, das perdas dos empregos, entre outros.

04 – Há alguma faixa etária de maior incidência ou distinção de sexo, cor ou classe social?
Dr. ANDRÉ: Todas as faixas etárias estão sujeitas ao adoecimento mental, desde crianças até idosos.
Podemos dizer que pode ocorrer uma maior incidência nas idades que estão na fase ativa do trabalho, pelo stress no dia-a-dia.
As doenças mentais acontecem sem distinção de sexo, cor ou classe social. Podem acontecer diferenças no tipo de apresentação da doença, mas todos estão sujeitos ao adoecimento mental.
05 – Há cuidados preventivos que as pessoas podem adotar?
Dr. ANDRÉ: Sim. As doenças mentais têm um caráter genético muito grande, mas bons hábitos de vida podem ajudar a minimizar. Alimentação saudável, convivências e amizades saudáveis, atividade física, evitar uso de álcool.
06 – Que sinais de alerta são emitidos e que devem ser observados?
Dr. ANDRÉ: Alterações súbitas de comportamento, afastamento do convívio social, perda de interesse e prazer, queda de produtividade no trabalho.
07 – Há políticas públicas municipais, estaduais e federais voltadas aos cuidados e tratamento da saúde mental?
Dr. ANDRÉ: Sim. Existem inúmeros serviços de atenção a saúde mental, de acordo com a necessidade e urgência.
Os Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) são unidades de saúde mental multidisciplinar que contam com vários profissionais entre eles médico psiquiatra, psicólogos, assistentes sociais que atendem às demandas em caráter de urgência e também de acompanhamento de manutenção.
Falando de Sete Lagoas, a rede de atendimento a saúde mental é muito bem estruturada.
Temos três unidades do CAPS: uma para atendimento adulto, uma para atendimento infantil, e uma voltada ao atendimento de álcool e outras drogas.
Importante lembrar também que o Hospital Municipal tem equipe completa de atendimento psiquiátrico de urgência, com leitos psiquiátricos de internação nos casos mais graves.