Juca Bahia não assume vaga de deputado: “Neste momento, não teria voz nem recursos para ajudar os municípios

O ex-prefeito de Paraopeba e atual coordenador de Assuntos Institucionais da Prefeitura de Sete Lagoas, Juca Bahia (PODE-MG), poderia assumir uma vaga na Câmara dos Deputados após o afastamento da deputada federal Nely Aquino (PODE-MG), que pediu licença do mandato. Com isso, abriu-se espaço para que o primeiro suplente do partido assumisse a cadeira.

Juca Bahia

Mas Juca Bahia decidiu não assumir o cargo de deputado federal. Segundo ele, entrar agora significaria não ter liberdade para votar conforme suas convicções e nem recursos para ajudar no desenvolvimento dos municípios da região, já que todas as emendas parlamentares já foram direcionadas pelos deputados titulares.

“Hoje, o Orçamento de 2026 já está praticamente fechado. O prazo para os deputados apresentarem emendas terminou no dia 13 de novembro de 2025. As comissões da Câmara e do Senado finalizaram suas indicações nessa data ou muito perto dela. Para se ter uma ideia, no dia 11 de novembro, as comissões da Câmara já tinham aprovado R$ 103,8 bilhões em emendas. Ou seja, quem entrar agora não consegue indicar mais nada”, explicou.

Juca também destacou que, apesar de existir estrutura de gabinete, ela pertence à deputada que retorna ao mandato daqui a quatro meses. Ou seja, ele ficaria apenas de passagem, sem autonomia e sem condições reais de defender seus ideais.

Segundo ele, aceitar nessas condições seria enganar as quase 42 mil pessoas que confiaram nele nas últimas eleições. “Não entrei na política para buscar salário ou status, e sim para trabalhar e trazer resultados para a população. E votar sem liberdade ou assumir sem poder recursos para ajudar no desenvolvimento da região seria contrário a tudo o que acredito”, afirmou.

A decisão tem sido vista por muitos como um gesto de coragem e honestidade. Em vez de aceitar o prestígio do cargo, Juca Bahia preferiu ser fiel aos seus princípios e continuar trabalhando pela região até ter a chance de assumir um mandato completo — com voz, autonomia e condições reais de lutar pelos municípios e por um Brasil melhor.