Celso Martinelli
O presidente do Democrata, Renato Paiva, fez um balanço da situação do clube após escapar de cair para a Série C do Campeonato Mineiro na última rodada, quando empatou em 1 a contra o Democrata de Governador Valadares. Para ele, o ataque foi um ponto de desequilíbrio da equipe, sendo o segundo pior da competição. “Nosso ataque não funcionou. Fizemos cinco gols em 11 jogos e nenhum deles foi de atacante”, afirmou. Confira entrevista completa:
A expectativa era que a campanha fosse melhor do que a temporada 2020? Mas o time acabou brigando contra o rebaixamento. Como analisa a participação do Democrata no Módulo II?
Participação muito ruim. A expectativa era de entrar no G4, o que não se concretizou. Nosso ataque não funcionou. Fizemos 5 gols em 11 jogos e nenhum deles foi de atacante. Trouxemos nomes conhecidos da torcida, que os queria de volta, como João Sala e Isaac, e o artilheiro (eleito o melhor jogador) da Primeira Divisão do Capixaba 2020, com 8 gols, Rafael Castro. Mas, não deu liga, infelizmente. Nossa defesa foi a 4ª menos vazada do Campeonato, com apenas 8 gols, e nosso ataque o segundo pior. Faltou esse equilíbrio. Dominamos os adversários em boa parte dos jogos, mas não convertemos esse domínio em vitórias, infelizmente.
Qual foi a capacidade de investimento do Jacaré, principalmente para contratação de jogadores, em relação à concorrência? Era comum sempre mencionar que o time X ou Y fez investimento enorme e era favorito.
Eu não sei te responder, porque não sabemos o orçamento das outras equipes. Mas, é bem provável que o nosso esteja entre os 6 menores. Nosso orçamento, certamente, é 50% menor do que o que seria necessário para montarmos um grupo mais encorpado, que brigaria nas cabeças.
Quais os próximos compromissos do Jacaré e a diretoria já pensa na próxima temporada, principalmente no Mineiro?
Vamos voltar com a base o quanto antes. Quero conversar com as principais escolinhas da cidade e tentar estabelecer uma metodologia de trabalho em sistema de parceria. Precisamos escutar as pessoas que trabalham a base em Sete Lagoas há anos com sucesso. Quanto ao profissional, tudo vai depender de apoio. Precisamos de orçamento pra brigar. O Democrata precisa de estrutura física e financeira que não tem hoje. Temos que ter um local para treinar e alojar atletas. Se não tivermos as condições necessárias, podemos até abrir mão da disputa. A Cidade vive um grande boom econômico, especialmente do setor industrial, e, se dermos as mãos, teremos êxito nessa empreitada de reconstruir o Jacaré.
Como o Democrata, dono do estádio, será beneficiado com o Cruzeiro jogando na Arena?
O Democrata terá um estádio com gramado renovado, iluminação melhorada, habilitado para o VAR e com outras melhorias menores. Também teremos receitas decorrentes dos jogos em parceria com o Cruzeiro. Por fim, a aproximação com um gigante do futebol pode trazer outros benefícios a médio prazo. Os benefícios são inúmeros.
Como está a saúde financeira do Jacaré ? Algo que está pegando em maior ou menor grau?
Estamos evoluindo a cada dia, tentando criar novas receitas, cumprindo com todos os nossos compromissos e trabalhando com muita austeridade. Ainda temos o fantasma do passado com dívidas tributárias, que vem sendo negociadas, e cíveis, que estão em fase de execução e podem trazer dificuldades a qualquer momento. Recentemente, tivemos bloqueios nas contas do Clube por um processo relativo à compra de sistema de som da Arena, que está em 30 mil reais. O processo é de 2011. Há outros tantos desta natureza que darão dor de cabeça. Estimamos um passivo de cerca de 4 milhões ainda. A boa notícia é que não há novas dívidas desde julho de 2019. As cotas feitas por nossa administração estão sendo honradas. Pra se ter uma ideia, pagamos nossa folha de agosto, que vence somente na semana que vem, no dia 27/08, véspera do nosso último jogo. Todos os jogadores foram embora sem ter nada a receber do Democrata.
