Setor da Construção Civil, mais uma vez,é decisivo para desempenho do PIB 

Estimativa é que, em Sete Lagoas, o setor tenha movimentado acima de R$ 1 bilhão, em 2024; ASCON7 comemora números, mas com posição de cautela

Rogério Chaves, vice presidente, e Márcio Henrique ,presidente da Ascon7

Dados divulgados do desempenho da Construção Civil, mostram, novamente, que o setor está sendo vital para economia Brasileira. Foi apresentado um desempenho positivo em 2024, registrando um crescimento de 4,3% no Produto Interno Bruto (PIB) e atingindo o montante de R$ 359,523 bilhões, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), crescimento acima da media nacional. Esta evolução acompanha a alta na demanda do setor, impulsionada pela retomada de obras habitacionais e de infraestrutura. No mercado imobiliário, as vendas de apartamentos novos aumentaram 20,9%, enquanto os lançamentos cresceram 18,6%. Em 2023, foram vendidas 331.359 unidades, número que subiu para 400.547, em 2024. 

De Acordo com a CBIC, para cada R$ 1,00 investido na Construção Civil, são gerados R$ 0,60 de impostos. Para cada R$ 1 milhão investido na área, são gerados 13 empregos diretos. Um dos maiores geradores de emprego do país. 

Sete Lagoas também acompanhou, em 2024, esta evolução segundo a ASCON7. Dados fornecidos por bancos de resultados no primeiro semestre de 2024 eram bastante expressivos. Acreditamos que Sete Lagoas, em 2024, movimentou acima de R$ 1 bilhão no segmento Construção Civil, envolvendo edificações residenciais, comerciais, industriais e obras de infraestrutura. 

Para o presidente da ASCON7, Marcio Henrique, desde 2019, o setor vem contribuindo para PIB nacional de forma decisiva. “Construção Civil quando apresenta resultado positivo, puxa a curva do PIB nacional para cima, pois é o setor com uma das maiores capacidades de geração emprego do país”, justifica. 

LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CÓDIGO DE OBRAS

Em 2017, Sete Lagoas passou por uma alteração em sua Lei de Uso e Ocupação doSolo, lei aprovada naquela época, que restringia a atividade da Construção Civil. A Ascon7 trabalhou 2 anos para atenuar as imperfeiçoes da legislação daquela época, conseguindo a alteração por volta do ano 2018/19. Nos anos seguintes, com o surgimento da pandemia, a economia local viveu muito em função da Construção Civil. Para Rogerio Chaves, vice presidente da Ascon7, esta alteração foi a chave para sustentar a economia local no período de pandemia. “Chegamos no ano da pandemia com leis derrubadas que restringiam a Construção Civil, isso deu asas para o setor sustentar a economia local”, recorda. Recentemente foi discutido Código de Obras, na qual em seu texto original possuía muitos lados positivos, mas algumas imperfeiçoes pontuais nocivas ao setor. “Houve um debate amplo entre entidades e setor público, chegamos há um consenso, promover o desenvolvimento da Construção Civill. O setor publico entendeu que precisava realizar alterações, e assim o fez”, completa.

ASCON7 PEDE SEGURANÇA JURÍDICA NO MUNICÍPIO; BALNEÁRIO CAMBORIÚ E LAGOA SANTA  SÃO CASES DE SUCESSO  NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Municípios que possuem setor de construção como segmento líder econômico local e estabilidade das leis, sempre serão diferenciaçãos. Exemplos estão em todos cantos. Balneário Camboriú, hoje a maior referência do Sul do país,  vive da Construção Civil, que fomentou turismo. Em Minas Gerais, Lagoa Santa, destaque em condomínios horizontais, atraiu uma das melhores qualidades de vida do Estado. Nova Lima, com a expansão dos condomínios verticais, contribui para um dos maiores IDH do país. A potência do Triangulo Mineiro, Uberlândia, uma das cidades com maior investimento em projetos do programa Minha Casa Minha Vida.  Até na região mais pobre do país, Nordeste, cidades que vem apostando na Construção Civil vêm se destacando como Joao Pessoa e Fortaleza que viraram canteiro de obras, atraindo investimentos internacionais. O maior exemplo internacional é Dubai, uma das cidades mais turísticas do mundo, tem pouquíssimas belezas naturais, tudo fruto de investimento na Construção Civil. 

Para Marcio Henrique, presidente da ASCON7 e também diretor da ACI (Associação Comercial e Industrial), a agencia de atração de investimento, a Invest Sete Lagoas, desenvolvida pela ACI e seus parceiros, é crucial para futuro do setor em Sete Lagoas, mas desde que o município ofereça estabilidade nas leis. “Construção civil é uma das maiores portas do mercado para atração de investimento no município, mas para isto é preciso ter estabilidade nas leis.  Sete Lagoas tem a vocação industrial, o casamento com projetos de atração de investimento pode mudar consideravelmente a economia sete-lagoana para melhor. Portanto, se faz necessário o Poder Público abraçar a causa da invest Sete Lagoas, que foi muito bem recebido no dia 13/03 na Câmara Municipal pelos legisladores”, comenta. 

FUTURO DO SETOR E CAUTELA

Para Marcio Henrique, presidente da ASCON7, os dados são positivos, mas exigem cautela. “Estamos comemorando a volta forte de obras residenciais, classe média e popular, mas com certa prudência quando olhamos o cenário macro de instabilidade”, explica.  Taxa de juros alta, cambio pressionado, retorno da inflação, custos dos insumos, saque FGTS, escassez mão de obra, redução de obras residenciais alto padrão, remete há uma cautela, uma crise nos funding imobiliários . Em 2025, o setor deve ainda obter crescimento, mas a falta credito para modalidade SBPE, escassez da mão de obra, saques FGTS são grandes desafios.  “Construção Civil, em Sete Lagoas, deve continuar crescendo, desde que não ocorra nenhuma instabilidade, alterações de leis municipais que prejudiquem o setor, acreditamos que o atual prefeito e a Câmara Municipal tenham pleno interesse em contribuir para o crescimento, sinalizando pela segurança juridica”, conclui.