Coluna Católica

AMIZADE SOCIAL (PARTE 2)

10/03/24 - 09:00

Por Padre Evandro Bastos

    A expressão “TODOS IRMÃOS” nos ajuda a entender a proposta da Campanha da Fraternidade de 2024. Quando nos preocupamos com aquele que sofre, com aquela que é violentada, com o doente esquecido na solidão, com os que morrem nas guerras, com aquela que chora a perda dos filhos: somos irmãos e irmãs! O movimento de uma sociedade atenta ao outro, rompendo com o individualismo, saindo do comodismo para uma ação que nos leva ao encontro transformador, nos faz crescer humanamente, quebrando as cadeias de dominação e exclusão.


    O desafio proposto é por uma cultura do encontro. Todos reclamam que falta tempo para tudo na agitação destes nossos dias. Entretanto, andamos tão desencontrados e acumulamos tantas tarefas, que deixamos de viver as oportunidades de estarmos juntos. E pior: nos afastamos! Temos promovido mais uma cultura do desencontro, do isolamento, que uma cultura da comunhão, da proximidade, da partilha, da saída de si para ir ao encontro do outro.
    Tudo isso resultado de um processo de adoecimento que causa em nós o medo das pessoas, medo dos iguais, medo dos irmãos e irmãs. Estranho, mas um dia, forçadamente, aprendemos que era necessário ficar isolado pois, o outro poderia estar contaminado e transmitir o vírus. Isso aflorou o distanciamento. Logo, a proximidade, a presença amiga e fraterna, foi ficando esquecida.


    Sendo a Páscoa a Vida Nova que a Ressurreição nos aponta, chegou um novo momento. Diferente daquilo que vivemos, o vírus da indiferença não pode dominar. Somos uma sociedade que “curte a resenha”, o abraço, e tem demonstrado o quanto gostamos da aglomeração, do prazer de estar juntos, de festejar, de encontrar. 
    Assim, irmãs e irmãos, somos uma humanidade que entende o coração do Evangelho. Gostamos da vida comunitária e do compromisso com os outros para a garantia do bem comum. Nossas capacidades e qualidades são fortalecidas e evidenciadas na medida em que a compaixão, o cuidado, a caridade, a alegria, se tornam hábitos, como no convívio entre amigos. Deixemos, portanto, nosso olhar amoroso para todos, ressuscitar!

Padre Evandro Bastos

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