Por Padre Warlem Dias
Coluna Católica
DEUS LHE PAGUE!
Vem, Senhor!
O palco é um arranjo de carneiros e cabritos. Uma festa de Cristo Rei, proclamada pôr Pio XI, em 1925, na efervescia da modernidade em meio aos destroços da cristandade. Pio XI, gritava desesperado, a ausência de cristo do mundo: “mete-lo na mundo.”
O cenário de bodes e carneiros, a leitura não deve se ler como um acerto de contas, entre a esquerda (maldita) e direita (bendita). Encanta-me a esquerda, pois é, sempre perdedora. Resistente! Comer o pão suado e mirrado é uma humilhação; solver um gole d’agua é uma imploração, uma humilhação; vestir a roupa surrada e quase em farrapos. Uma humilhação; na enfermaria, doente e sem visitas, é humilhação; preso por ser preto, pobre e periférico sem direitos, cegam a justiça aos invisíveis, que gritam: “piedade.”
Cristo Rei, ufano em capas vistosas. Vem, reinar sobre o mundo.
Manjedoura e simplicidade de Nazaré, numa via oculta, por estandartes de gloria. Na publicidade entre os “descartados” do tempo, quebrando o sábado, o templo, a lei do impuro e puro, do sacerdócio, por procissão triunfal; para fechar teve uma morte política-religiosa, numa cruz e fora da cidade para não atrapalhar o sábado.
Salve, Cristo Rei!
A Igreja vive desta contradição, no evangelho são os pobres a nos interpelar: fome e sede (pão e água) condições mínimas para a existência; situações existenciais, que marcam o vida (hospitalidade e nudez); desfecha na impotência, com a enfermidade e reclusão (saúde e prisão).
Quando foi Senhor?
Nunca sabemos quando fizemos ou deixamos de fazer. A compaixão será a nossa condição, sempre tomados pela surpresa!
Deus lhe pague!
Padre Warlem Dias
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